segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Workshop de edição

Workshop de Edição

Casa da Cultura de Gaia

Dias 2, 9, 16, 23 e 30 de novembro,

das 17h30 às 19h30.

Cada dia corresponde a uma sessão diferente
Preço: Os interessados têm apenas de comprar um livro, à sua escolha, do nosso catálogo, diretamente à Eucleia (com 10% de desconto).
Para mais informações e inscrições, usar os seguintes contactos:
telefone: 92 225 97 92
Alguns dos temas abordados no workshop. que terá uma abordagem muito pragmática:
- Como criar uma empresa na área de edição?
- Análise do mercado e da concorrência.
- Determinação de público-alvo.
- Escolha de autores e análise de originais.
- Escolha de colaboradores.
- Como escolher uma gráfica e um designer.
- Como pedir orçamentos comparativos.
- Como negociar contratos de publicação de autores estrangeiros.
- Como se processa a distribuição.
- Sistema de vendas a firme e à consignação: o que são?
E mais...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Recensão a "A Arte de Chorar em Coro"

Primeira recensão a A Arte de Chorar em Coro, de Erling Jepsen, por Carla Ribeiro, no seu blogue As Leituras do Corvo. Para ler aqui: Recensão a A Arte de Chorar em Coro no As Leituras do Corvo

Recensão a «Livro Ruído», de Davi Araújo

Primeira e excelente recensão a Livro Ruído, de Davi Araújo, por Carla Ribeiro, no blogue As Leituras do Corvo. Para ler aqui: Recensão a Livro Ruído no blogue As Leituras do Corvo


«Não é fácil escrever uma opinião para um livro como este. Porquê? É que há tanto para dizer e, ao mesmo tempo, é tão difícil organizar uma linha de pensamento que reflicta bem o conteúdo deste livro que parece que, independentemente das palavras usadas, há sempre algo que fica esquecido. Mas tente-se, ainda assim.
Importa, antes de mais, referir a diversidade de temas e de imagens que, de poema em poema, se torna mais e mais evidente. Mudam-se imagens e cenários imaginários, percorrem-se diferentes estados de espírito, alinham-se palavras em jogos e metáforas surpreendentes. Há, em cada poema, um mundo para descobrir. E há também uma ligação que se insinua entre os vários poemas, deixando, no final da leitura, uma sólida impressão de unidade, apesar da já referida diversidade temática.
Mais que as imagens ou as impressões emocionais, destaca-se, contudo, a forma como o autor joga com as palavras, misturando vocábulos complexos e palavras do vernáculo, conjugando expressões num jogo de sons e, por vezes, construindo até um arranjo visual adequado ao conteúdo. Também isto contribui para que cada poema seja uma surpresa. E se a leitura por si só é já algo de surpreendente, a experiência de ler alguns dos poemas em voz alta resulta de forma no mínimo interessante.
Fica, pois, a impressão de uma poesia construída num estilo muito próprio e onde cada verso é uma descoberta. Interessante e surpreendente, eis um livro que vale a pena ler.»

Recensão a «Não Humano», de Osamu Dazai, no Diário Digital

Mais uma excelente recensão a Não Humano, de Osamu Dazai, desta vez por Mário Rufino, no Diário Digital. Para ler aqui: Recensão a Não Humano no Diário Digital
O particular Mundo «Não Humano» de Osamu Dazai
Texto: Mário Rufino
Osamu Dazai criou, em «Não Humano» (e em outros livros), agora editado pela Eucleia Editora, um mundo estranho e inóspito. Yozo, personagem principal, representa o que mais há de primário no ser humano. Ao entrarmos em «Não Humano» partilhamos os medos e obsessões do próprio autor. A sua vivência pessoal, a tentação contínua que o puxava para a morte (concretizado num duplo suicídio com a sua amante), as drogas, o álcool, sexo, tudo é exorcizado perante o leitor de uma forma honesta e, em consequência, cruel. Este tipo de ficção dita confessional levou a que o autor seja considerado um dos principais autores japoneses do século XX.

«A minha vida é vergonhosa.
Não consigo sequer imaginar como deve ser viver como um ser humano» (pag.13)


O que mais impressiona em «Não Humano» não é a descrição de violência física ou mesmo a tortura psicológica. O que mais impressiona neste livro é a indiferença à dor própria e alheia. A estrutural moral e social é outra, se é que existe. Yozo está sempre à margem das emoções (excepto de um medo primário de animal), não se envolve socialmente e vê o sentimento como um sintoma de doença.

« (…) alguns anos mais tarde, observei, em silêncio a violação da minha própria esposa.
Tentei, na medida do possível, evitar envolver-me nas complicações sórdidas do ser humano.» (pag. 61)


A personalidade é escondida atrás de inúmeras brincadeiras, palhaçadas segundo o próprio, impedindo o “outro” de o observar, de o conhecer. É uma vida representada, irreal.

O suicídio é uma obsessão pela qual se deixa seduzir por duas vezes. A primeira vez que se tenta suicidar, Yozo/Osamu é resgatado por um barco de pesca. Não o tentou sozinho. Uma mulher saltou com ele e afogou-se. Ele jamais conseguiu ultrapassar o sentimento de culpa. A necessidade/capacidade do autor se desnudar emocionalmente perante o leitor é autêntica e mostra a singularidade deste livro. «Não Humano» é um mundo à parte.

A simbiose entre ficção e realidade proporciona uma viagem da qual não queremos sair. O percurso de Yozo é, em essência e nos principais acontecimentos, paralelo ao de Osamu Dazai.

É importante mencionar que, ao analisar a estrutura do romance (confessional), o narrador não chega a conhecer a personagem. Ao sabermos que o enredo é muito moldado aos acontecimentos da sua vida, podemos especular que há, pelo menos, duas perspectivas no autor: Aquele que sofre e o que se analisa. E a separação entre ambos é dramática: «Nunca tinha visto tão impenetrável rosto num homem.» (pag. 12)

Poucos autores conseguem criar mundos diferentes, livros que causem impacto no leitor. O mundo «Não Humano» de Osamu Dazai é um desses mundos literários criados para nos abanar e, estranhamente, seduzir-nos a percorrê-lo e acabar a viagem.

«Tudo passa.
Essa é a única coisa que achei assemelhar-se a uma verdade na sociedade dos seres humanos onde até agora vivi como se num inferno.
Tudo passa» (pag. 122)