quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Recensão de O Cortiço no blogue Leituras do Corvo

A recensão foi escrita por Carla Ribeiro, e pode ser lida aqui ou seguindo o link para o seu blogue: Blogue As Leituras do Corvo


«Da ambição desmedida (e de uma certa avareza) de João Romão nasceu o cortiço. E as gentes para lá se dirigiram, em busca de um lugar onde viver ou de um trabalho capaz de os sustentar. Está é a história dessas gentes. De João Romão, o dono do lugar, e de todos os seus planos para subir na vida, seja a custo for. De Miranda, o seu eterno rival. E também dos muitos habitantes daquele espaço, com os seus conflitos, traições e dificuldades.
O mais curioso neste livro é que, ainda que o início assim o possa indicar, não é João Romão o protagonista. Não o é, aliás, nenhum dos intervenientes nas diversas histórias que se cruzam ao longo desta narrativa. Se um elemento principal tiver de ser apontado como base de toda esta história, então é do cortiço que se trata, do local que os reúne a todos e que serve de cenário central a tantas e tão complexas desventuras.
Da mesma forma, não há propriamente um enredo linear, mas sim várias histórias que se cruzam, na medida em que muitos dos seus intervenientes vivem num espaço relativamente reduzido. Mas cada linha de acontecimentos é, por si só, uma história singular e todas elas reúnem o suficiente de intrigas, de luta e até de morte para criar a dose certa de dramatismo e de surpresa num cenário que abrange, afinal, todo o quotidiano daquela gente.
Trata-se, essencialmente, de uma visão global de várias vidas ligadas pelo mesmo espaço. E é isso mesmo que as torna tão interessantes, tão diversas, mas tão próximas que são. E, descritas de uma forma clara e marcante, sem elaborações desnecessárias, mas com uma nitidez impressionante, é incrivelmente fácil imaginar Piedade, Pombinha, Bertoleza e todos os outros como pessoas reais... escondidas entre as páginas de um livro.
Cativante, de leitura agradável e surpreendentemente abrangente, uma história de rotinas e de mudanças, no crescimento e desenvolvimento de um lugar... mas, principalmente, nos ritmos da vida de cada um»

domingo, 23 de janeiro de 2011

Apresentações de «Garman & Worse» no Porto

No dia 2 de fevereiro, na Fnac de Sta. Catarina:

Apresentação do livro Garman & Worse, de Alexander Kielland. Com a presença do tradutor.


Na Fnac de Sta. Catarina (Ruas de Sta. Catarina e de Passos Manuel), às 18 horas.

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No dia 10 de fevereiro, na livraria da Unicepe:

Livraria Unicepe
Praça Carlos Alberto, 128-A
Porto
Apresentação do livro Garman & Worse, de Alexander Kielland, com a participação especial do Prof. Dr. Gonçalo Vilas-Boas da Flup e do tradutor.
Falar-se-á também da editora e dos lançamentos passados e futuros.

Para além da presença do Prof. Gonçalo Vilas-Boas, vamos ter um COCKTAIL com produtos do mar e bebidas oferecido pela EMBAIXADA DA NORUEGA.
Clima informal, como habitualmente.

Na Unicepe, às 18.15h (por cima da livraria da Imprensa Nacional).

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Garman & Worse já disponível

Já está disponível para compra online (10% de desconto e portes gratuitos) o nosso novo livro, Garman & Worse, de Alexander Kielland.
Estará, em breve, nas livrarias de todo o país (distribuição CE Sodilivros).
Alexander Lange Kielland (1849 – 1906) é considerado um dos quatro maiores escritores noruegueses de sempre, a par de nomes como Henrik Ibsen, Bjørnstjerne Bjørnson e Jonas Lie.
Garman & Worse é o seu primeiro romance, onde se notam já todas as características que viriam a definir a sua escrita, de um tom anti-clerical, pró-feminista, crítico e impregnado de um sentido de humor subtil, típico dos nórdicos. Nele é abordada a história de duas famílias e suas relações humanas e sociais, num registo pleno de atualidade e construído sobre um vasto leque de marcantes personagens.
Esta é a primeira tradução de Kielland para a Língua Portuguesa.

«Nada é tão ilimitado quanto o mar, nada tão paciente. Carrega às suas largas costas, como um elefante amigável, os minúsculos anões que trilham a Terra; e tem nas suas vastas e frescas profundezas lugar para todas as lamentações do mundo. Não é verdade que o mar é traiçoeiro, pois nunca prometeu nada: sem exigências, sem obrigações, livre, puro e autêntico bate o grande coração, o último saudável num mundo doente.
E enquanto os anões esforçam os olhos para ver acima dele, o mar canta a sua velha canção. Muitos mal a percebem, mas nunca dois a entendem da mesma forma, porque o mar tem uma palavra diferente para cada um que se coloca cara a cara consigo.»

Leia aqui as primeiras páginas (1º capítulo):

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Recensão de «A Violação das Mulas» no Diário Digital

A recensão foi escrita por Sandra Gonçalves, e pode ser lida aqui ou seguindo este link: A Violação das Mulas no Diário Digital

«A Violação das Mulas», perversão hilariante que vicia
Texto: Sandra Gonçalves
Maria O. tem mais de 20 anos, nasceu em Gaia e, segundo consta, tem escrito muito. É tudo o que sei da escritora. A Eucleia Editora acaba de publicar dela «A Violação das Mulas», um livro que denuncia uma mente intricada. Em poucas páginas, faz um retrato sórdido-hilariante deste país que é Portugal, com tudo o que tem de bom e de mau, mas com especial enfoque no lado mais sombrio.
Com uma linguagem caustica, imprópria para quem não gosta de ouvir praguejar, exagera no cenário, mas sempre evocando a realidade. «A Violação das Mulas» - título bem sugestivo – é narrado por Isaac Zibeta, filho ainda por nascer de um estranho casal: Quim Tiliano Zibeta e Possidónia. Quim é um artista muito peculiar… gosta de esculpir pénis e outras figuras sempre com conotação sexual. A história, passada numa pequena vila portuguesa (só me vem à cabeça a palavra pardieiro para melhor a descrever), começa com este personagem a olhar obcecadamente para a robusta empregada doméstica e a desejar febrilmente mamar do seu peito. Zibelina, assim se chama a empregada, acaba de ser mãe, e revela os seios inchados sob a bata. A narrativa não deixa respirar, é perturbadoramente chocante e invasiva, mas ao mesmo tempo viciante.
O desejo de Quim não só é consumado como é premiado com o coito, mas o que é bom nem sempre acaba bem e os dois são surpreendidos a fazer «o amor» por Possidónia. Zibelina é expulsa de casa com o filho nos braços, mas algumas páginas à frente e algumas aventuras mais, é convidada a regressar. A partir daqui a bizarria adensa-se. Possidónia não é uma mulher comum (ou talvez seja, quem sou eu para tecer considerações sobre o que é ser comum ou não). Gosta de sexo em grupo e, em simultâneo, de molestar crianças (sim, leu bem, também eu fiquei atónita).
Falta ainda um quarto elemento: o melhor amigo de Quim, Deivid, um professor de piano na fase do armário, ou seja, ainda não se assumiu como homossexual.
Quim, Possidónia, Zibelina e Deivid acabam por se envolver numa estranha relação a quatro que pressupõe sexo com todas as variáveis contempladas. A leitura torna-se ainda mais interessante quando o vizinho da frente que acabou de instalar um telescópio junto à janela começa a observar estas estranhas práticas.
As situações caricatas sucedem-se numa história cheia de peripécias e reviravoltas alucinantes. Uma leitura divertida mas nem por isso ligeira. Maria O., com o seu sarcasmo, não dá tréguas. «A Violação das Mulas» é chocante, sórdido, perverso e, simultaneamente, hilariante. Serei normal em regozijar-me com tamanha bizarria? Tenho as minhas dúvidas.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Apresentação de «Garman & Worse» na Capítulos Soltos

Apresentação do livro Garman & Worse, de Alexander Kielland, na livraria Capítulos Soltos, em Braga, no dia 5 de fevereiro, às 18 horas.

Leitura de excertos em Norueguês pelo tradutor e revelação de novidades da editora para os próximos meses.

(Mais datas de apresentações serão anunciadas em breve.)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Procuram-se Tradutores

Continuamos à procura de TRADUTORES de FINLANDÊS, NEERLANDÊS (encontrado) e JAPONÊS, passando a procurar também tradutores de ESTÓNIO (se existirem por cá…),  ITALIANO e ALEMÃO. Os candidatos devem ser capazes de traduzir obras de ficção, mostrando-se responsáveis e interessados em colaborar. (Por favor, não enviem candidaturas para outras línguas, nem se não têm capacidade para traduzir obras literárias.)
Envio de CV para eucleia.editora@gmail.com

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Primeiras Páginas de «Garman & Worse» Disponíveis para Leitura ou Download

Disponibilizamos mais uma vez as primeiras páginas do nosso novo livro, Garman & Worse, de Alexander Kielland (tadução do Norueguês por João Reis). Poderá ler o primeiro capítulo na íntegra.

Basta clicar neste link:

Garman & Worse - Primeiras Páginas

Pode também pedir-nos que o enviemos por e-mail.